A ideia da {reprograma} partiu da peruana Mariel Reyes Milk, que se conectou a um grupo de pessoas voluntárias para dar vida ao projeto. Em maio de 2016 começamos nossa turma piloto de front-end de 6 semanas em São Paulo. Ao final dessa primeira turma, diante de um projeto bem sucedido, Mariel entendeu que esse era seu propósito naquele momento e junto à Carla De Bona e Fernanda Faria fundaram oficialmente a {reprograma} como uma associação sem fins lucrativos.
Ainda em 2016 e no ano seguinte seguimos oferecendo cursos presenciais de front-end em locais disponibilizados por parceiros – como o Senai. Já em 2018 veio a grande mudança: fomos convidadas a integrar a Estação Hack do Facebook, hoje Meta, como parceiras na parte de educação em tecnologia, com foco em mulheres. Nosso curso de front-end passou de 8 para 18 semanas e pela primeira vez pudemos começar a trabalhar ativamente na empregabilidade de nossas alunas. Nesse momento, Mariel e Fernanda passaram a se dedicar integralmente à {reprograma}.
Como consequência da qualidade do trabalho desenvolvido e do aumento do número de parcerias, em 2019, a {reprograma} aumentou significativamente o número de cursos, realizando um total de 9 turmas. Nesse mesmo ano iniciou-se a coleta de dados a respeito do perfil étnico-racial das candidatas por meio da autodeclaração na inscrição e a implementação da nossa primeira turma de back-end, o que proporcionou a nossas alunas maiores chances de empregabilidade depois de formadas; e também da nossa primeira turma voltada para meninas de 14 a 17 anos, em parceria com B3 social, Fundação Behring e XP investimento.
Apesar do recorte racial ser uma preocupação das nossas líderes desde o início, elas não sabiam como atrair mais mulheres negras e não brancas para os cursos. Por isso, no mesmo ano, nossas fundadoras decidiram estudar mais a respeito de temas como feminismo negro e latino-americano, além de contratarem consultorias de suporte. Alinhadas às ações internas das lideranças, as organizações parceiras também estavam determinadas a tornarem o mercado de tecnologia mais diversificado e inclusivo.
O desenvolvimento de ações relacionadas aos temas acabou tornando-se o foco principal da {reprograma} e, a partir desse ponto as organizadoras tiveram a certeza de que abranger os temas de raça, gênero e renda, seria o caminho para geração de maior impacto na reprogramação do mundo.
Em 2021, com a parceria com o BID Lab (Laboratório de Inovação do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o apoio de cinco grandes empresas – Accenture, Creditas, iFood, Meta e Nubank -, foi possível expandir o nosso propósito para todo o Brasil com o projeto Todas em Tech, que tinha como objetivo impactar 2.400 mulheres e capacitar 400 delas em programação front-end e back-end.
E as novidades não pararam por aí: lançamos, em parceria com o Mercado Livre, o Conectadas, projeto que despertou o interesse por tecnologia de mais de 1.200 meninas entre 14 e 18 anos em toda a América Latina, que apresentaram mais de 150 projetos para criar soluções para os problemas que os rodeiam, como saúde e bem-estar, educação, abandono de animais e educação sexual. Além disso, lançamos mais uma edição do {reprograma} teens, curso de 06 semanas online, que objetiva ensinar a adolescentes de 14 a 17 anos uma introdução a programação front-end e a ferramentas de capacitação que as ajudaram a dar os passos iniciais na área de tecnologia.
Em 2022, fomos uma das 34 organizações não governamentais (ONGs) selecionadas pelo Desafio de Impacto do Google.org para Mulheres e Meninas. No mesmo ano, lançamos 06 turmas do Todas em Tech, seis turmas do Conectadas e ainda a primeira turma do Imersão Javascript, curso destinado a mulheres com experiência em programação. Além disso, anunciamos a Nadja Brandão como nova CEO/Diretora Executiva. Mulher negra, ela é advogada com foco em Governança Corporativa, Compliance e ESG, além de líder e mentora em comitês e programas voltados para a desigualdade racial e de gênero.